quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Artigo do Diário do Professor

Pessoal, posto essa mensagem recebida por um professor de ciência no nosso Brasil varonil! Infelizmente, é a realidade...


Diário do Professor

Artigo do Diário do Professor



Mais uma pequena descrição de uma aula… ou "não-aula" de ciências?

Posted: 10 Aug 2010 04:44 AM PDT


Iniciei o novo tema de estudo, "ar", com 10 perguntas simples.

Dez perguntas para responderem com suas próprias palavras.

A intenção é fazerem pensar, eu entender o que pensam sobre o assunto e que comecem a buscar soluções para determinadas questões.

As perguntas são:

1 – O que é o ar?

2 – De que ele é formado?

3 – Você já viu o ar? Como? Quando?

4 – Como podemos provar a existência do ar?

5 – O ar pesa?

6 – Como podemos provar que o ar pesa ou não pesa?

7 – Um copo "vazio" está vazio ou cheio?

8 – Como podemos provar que um copo "vazio" está vazio ou cheio?

9 – Qual a importância do ar? Por quê?

10 – Como podemos provar a importância do ar?

Com isso, percebam, eu não estou dando "cópia", nem estou lá na frente do quadro falando sem parar, regurgitando minha sabedoria.

Estou, com isso, querendo que eles pensem inicialmente sobre o assunto e, depois, passemos à ação para corroborar ou não o pensamento deles póprios.

Depois disso, minha intenção é se juntarem em grupos para discutirem as mesmas questões e as respostas individuais.

Após essa discussão, os grupos passariam à tentativa de provar ou refutar as respostas, seja por pesquisas, seja por experiências.

Bem, que lindo, não?

Mas…

Quatro aulas de 45 minutos se passaram e pelo menos a metade nem ao menos terminou de copiar as 10 perguntas do quadro!!

Conversas sobre tudo rola, menos sobre o assunto.

Já conversei. Já briguei. Já gritei. Já separei. Já pedi. Já expliquei a intenção.

Mas nada de se concentrarem nas perguntas. Não posso dizer que todos, claro, pois alguns fizeram.

Mas quatro aulas de 45 minutos se passaram e não consegui fazer com que a turma respondesse 10 perguntas simples, de sua própria cabeça. Ao menos metade da turma nem mesmo copiou. E grande parte levanta, briga, bate, joga, esperneia, grita, reclama, conversa…

O tempo vai passando e sei lá quando e como conseguirei prosseguir com a atividade.

Por isso que, muitas vezes, jogamos uma "matéria" no quadro… se é pra tomar conta de criança que não quer nada, ao menos o que dá menos trabalho…

É pra isso que eu penso tanto, estudo tanto, elaboro tantas atividades?

Declev Reynier Dib-Ferreira
Frustrado


FONTE: http://diariodoprofessor.com/2010/08/10/mais-uma-pequena-descricao-de-uma-aula-ou-nao-aula-de-ciencias/

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